sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2011

A gente se acostuma. Acostumamo-nos a deixar as coisas pra lá. Acostumamo-nos a ficar parados, a não agir, a não crer. Não cremos na mudança. Não acreditamos que podemos mudar a vida, mudar a realidade, criar melhorias. Nós não mudamos... ou mudamos? Olhando para trás, cerca de anos ou décadas, vemos que sim... mudamos. Mudamos pequenos hábitos, pequenas crenças, pequenos modos. Goles de mudança, somente. Somos por dentro aquilo de sempre; a mesmice, o costume. Deixamos os planos de lado quando “oportunidades irrecusáveis” aparecem. O que seria mais irrecusável do que seus sonhos? Mas eles vão se esvaindo... vão ocupando espaços menores, um tempo menor. Até que são esquecidos. E a vida vai indo naquele ritmo igual, sem mudanças. Ah, mudanças. Como creio nas mudanças! Creio que o aconchego nem sempre é o melhor; o que é melhor são os sonhos tornados realidade. Não percamos o foco; somos todos movidos pela imaginação querida, não desviemos nosso caminho daquilo que nos é realmente relevante. Hoje, com mais um ano se acabando, o que eu desejo a todos vocês com muito carinho é o seguinte: que não se acostumem. Continuem em frente, seguindo seus sonhos. Só assim verão seus anos valerem a pena!

Feliz 2011 e viva às mudanças!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Ho, Ho, Ho!

weheartit

Feliz Natal, pessoal!
Muitos presentes mas, acima de tudo, muito amor!
Aproveitem esse dia para ficar perto de quem vocês querem bem!

Beijos com carinho.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Minha vida e teu sorriso.


Problemas, problemas, problemas… tenho que fazer uma prova sem consulta de biologia na sexta feira, sobre assuntos que desconheço em uma sala na qual todos me odeiam. Minha mãe não pára de reclamar sobre o tempo que passo escrevendo na frente de um computador, ao invés de estudar. Meus amigos vão passar de ano, enquanto eu, com muita sorte, poderei continuar na escola sem ser expulsa. As músicas que tocam no rádio me enjoam. A comida neste lugar me enoja. As pessoas me fazem pensar em… oh, tu chegastes. Vejam, pessoas fúteis, aquele sorriso. Vejam quanto brilho possui aquele rosto encantado! Vejam, por que ninguém vê? Quero que todos vejam o meu amado, o lindo sorriso do meu amado. Ou melhor, que ninguém veja! Que seja só pra mim aquele raio de clarão chegando cada vez mais perto. Que sejam só meus aqueles lábios de pétalas; que aquele riso seja sempre meu riso. Estás te indo? Não te vás! Deixa-me olhar mais teu sorriso… deixa-me ver a beleza do mundo por mais alguns segundos… deixa-me… não me deixe! E se foi… voltam os problemas! Oh, como havia me esquecido deles? Simples… esqueço de tudo toda vez que estás perto. Só me lembro do teu sorriso, ah, como eu amo te ver sorrir…

sábado, 18 de dezembro de 2010

Blog Aniversariando!


Olá pessoal, hoje faz um ano desde a minha primeira postagem nesse blog!
(Na verdade esse blog existe desde 2006, mas fiz uma reestruturação ano passado e apaguei todas as coisinhas que eu colocava aqui quando era criança kkk)

Gostaria de agradecer aos que continuam visitando meu pequeno blog, interessados nas ideias que aqui coloco! Obrigada, pessoal!
Mil beijos de chocolate!

Late at night thinking about...

“Faz frio em Porto Alegre toda noite e de longe não posso te ver...”
(Porto Alegre – Fresno)

Eu vejo a noite como a pior e melhor hora do dia. Pior quando não consigo dormir, fico emperrada em pensamentos tristes... melhor quando o dia foi bom, quando as lembranças são lindas e o dia de amanhã guarda ainda melhores surpresas. Ou seja, a noite quase sempre depende do dia.
Mas a noite, tão escura e imersa em cores fortes, conseguiria se sustentar sozinha. Ela consegue fazer com que pensemos nos absurdos mais longínquos, no inatingível... consegue fazer-nos chorar, debaixo do cobertor, bem quietinhos, para que ninguém perceba. Consegue nos fazer sonhar, tanto enquanto acordados quanto quando dormimos: sonhamos com o futuro próximo, com um passado próximo, com um futuro que não chega nunca. E muitas vezes, isso tudo pouco depende do que aproveitamos nas horinhas antes de deitar.
A noite consegue o impossível: consegue que sejamos nós mesmos. Consegue que falemos com nós mesmos, que nos contemos dos nossos problemas, que procuremos, eu e eu, soluções. A escuridão permite com que um gesto leve a várias interpretações, que podem levar ao riso ou a lágrima. Muitas vezes, as noites não têm sentido.
Não tem sentido quando abraçamos o travesseiro, esperando que outro alguém estivesse ao nosso lado. Não tem sentido quando sonhamos com uma realidade inventada. Não tem sentido quando ficamos pensando naquela pessoa que não tem nada a ver conosco. Não tem sentido quando queremos chegar à lua, por ela ser tão brilhante e clara, no meio do negro noturno.
Ahhhhhhhh a noite... a noite é um mar de maravilhas. Ou não. Nunca se sabe o que vai acabar acontecendo na profunda imensidão de pensamentos da vida noturna. Uma vida que, o pior de tudo: compartilhamos apenas com nós mesmos. Ninguém sabe da nossa dor, do nosso amor; somente aquelas horinhas tarde do dia conhecem nossas picuinhas de verdade.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O dia de hoje


Ontem foi bom; amanhã será ótimo... E o que fazer com o dia de hoje?
Hoje é o dia em que tu vais levantar pela manhã e subitamente voltar à cama.
Será o dia em que todos os planos serão desmarcados por motivos quaisquer.
Ficarás relembrando de como as coisas eram melhores, de como os perfumes eram mais doces e as paixões mais queridas.
Ficarás pensando em um futuro próximo, distante, qualquer... uma realidade imaginada.
Hoje será o dia em que passarás muito tempo falando sozinho.
O dia em que ficarás esperando que notem tua ausência... que alguém ligue e diga “Por onde andaste? Estou com saudades...”
E ninguém ligará...
Não por tu não seres importante... não por não sentirem tua falta... mas por não saberem como tu sentes. O que sentes?
O ser humano é uma criatura tão esquisita que sente sem mostrar, mostra sem sentir...
E só nos mostramos a nós mesmos nesses dias... nesses dias em que somos nossa companhia.
Ou não somos? Somos nossos inimigos? Choramos a nossa própria ausência? Onde estamos?
Estamos num outro dia. Sonhando outros desejos. Pensando noutras coisas.
Só não focalizamos nesse dia. O dia de hoje.
Um dia que não passa... mas o mais importante... um dia que não quer passar!

Por que deixar um dia da sua vida passar?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O auto dos pecados capitais

*Adaptação do Auto da barca do inferno, de Gil Vicente, feita por mim.

Lista de personagens:
Diabo
Anjo
Gula
Preguiça
Cobiça
Ira
Luxúria
Amor

Cenário:
Um palco escuro, com dois espaços bastante distintos e divididos por uma barca.

Chega uma barca no palco escuro. Aqueles que estão dentro dela são convidados a se retirarem. Todos, confusos e assustados, passeiam pelo palco. Enfim, aparece o Anjo, vestido de branco, e o Diabo, coberto de negro. O guloso é o primeiro a indagar sobre aquele espaço misterioso:

- Onde estamos, onde estamos?
Estou atrasado para o jantar!
O Diabo responde:
- Venha, venha, ó guloso, prometo-te uma mesa farta no meu lar!
Novamente o guloso:
- Meu nome é Danilo!
Por que ousas me chamar “guloso”?
E o Diabo:
- Na terra este poderia ser teu nome, mas aqui teu apelido é gula! Pecaste em vida, pois sempre esteve à pensar na comida, alimentando-se por simples gosto, ao invés de necessidade. Irás para o inferno, e veremos como lidarás com a abundância da qual tanto gozas.

O guloso, temeroso, tenta falar com o anjo. De nada adianta, e com a angústia por comida lhe subindo à cabeça, ele decide entrar no inferno.
Depois dele, a ira resolve se pronunciar, destacando logo que seu nome é Lúcia. “Aqui teu nome é Ira”, logo retruca o Diabo, e não demora para que comece uma briga entre os dois. Todos se metem, exceto a preguiça e o amor, que esperam calmamente. O Anjo, enfim, obriga a ira a entrar no inferno, enquanto uma mulher de roupas vulgares começa a se movimentar. Ela vai em direção ao anjo, que finge não vê-la, e tenta seduzi-lo com palavras doces e gestos amargos. Algumas tentativas falhas depois, a moça desiste e caminha em direção ao inferno, sem trocar uma palavra com o Diabo; ele apenas grita, ao vê-la passar: “Luxúria, teu nome é Luxúria!”.
Entendendo toda a situação, chega a cobiça ao Anjo:

- Meu nome foi cobiça em vida, mas me arrependo! Tome, fique com todos meus bens, não preciso de nada! A inveja não toma mais conta de mim, tornei-me uma pessoa que só deseja o bem dos outros.
O anjo responde:
- Pecaste em vida, e te arrependeste na morte. Não posso te ajudar, porém, pois devias ter te arrependido em vida! A morte não poupa ninguém, a morte não salva ninguém. Temo dizer-te que irás para o inferno. Não existem tratados com o Diabo, por isso nem perca seu tempo discutindo com ele.

A cobiça, então, entra tristemente no inferno, enquanto um personagem sentado no chão começa a gritar “Mas que cansaço! Quanto mais terei de esperar?”, dirigindo-se para o Diabo. Ocorre um diálogo minúsculo entre eles, já que o preguiçoso só quer um local para descansar. O Diabo diz que ali será seu lugar de eterno repousar, e o preguiçoso, sem sequer ir até o anjo, por desgaste, entra no inferno.
Uma menina ainda resta no palco, mas parece ter muito medo de se aproximar do Anjo. “Venha, querida”, o Anjo diz com voz amável. Ela caminha lentamente, explicando-se:

- Em vida me chamei Tânia, não sei como serei chamada agora. Percebo que faltam alguns pecados a serem chamados, mas nenhum deles foi cometido por mim. Diga-me, anjinho, por que me encontro aqui.
O Anjo responde:
- Acalme-se. Estás aqui porque morreste, uma pena. Mas não se preocupe, serás salva. Fostes uma pessoa boa e carinhosa. Não te nomearei com pecados; teu nome agora é amor.

A menina sorri e caminha junto do Anjo, que já havia terminado seu trabalho do dia, para o céu. O Diabo ainda fica em cena, à espera dos tantos outros pecadores que ainda estavam por vir.
FIM