domingo, 16 de maio de 2010

"Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando."
Pablo Neruda

Hope

A historinha de uma vida meio minha

Tudo começa num sonho... em um não, mas em muitos, já que são incontáveis as vezes em que ela sonhou com a mesma coisa: aquele amor improvável, que só havia de acontecer em sonhos mesmo. Tudo termina em uma manhã: ela se dá conta de que aquilo não passava de uma ilusão. Oh, doce ilusão...
Decepção. Aquele dia começara do mesmo jeito de tantos outros. Poucos olhares, resquício nenhum daquele sonho na realidade. Ela pensa “será mesmo que viver no imaginário é tão ruim assim?”, tentando melhorar a própria situação, tentando se sentir melhor. O dia continua e ela percebe que é muito mais difícil quanto ela pensava ignorar a realidade. Ela está aí, estampada na sua cara... Como deixar pra lá?
Todo tipo de sentimento a contamina: saudade, carinho, ódio, ciúme, paixão, amizade... ela só não tem uma coisinha: esperança. Esta só nasce quando o amor está próximo, em situações totalmente escassas. É um pinguinho de esperança que chega e faz ela pensar que vai dar tudo certo. É um momento tão minúsculo que parece até ser bobo, mas faz com que ela pense que vale a pena continuar por todas as outras 23h59min do dia na fé de que algo vá acontecer. E sabe o que isso traz? Mais decepção. NADA acontece. E ela segue em frente. Vivendo sempre na pontinha de esperança de que tudo ficará bem.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Searching for you

Procurava por ti.. por todos os lugares em que havia uma pequenina probabilidade de passar o amor, dentre os bosques, montanhas, cidades, estados, até países.. assim nunca te encontrei. Tentei então te encontrar enganando ao acaso, como se nada quisesse ao passar por aquela ruazinha esquecida por todos.. mesmo assim não funcionou. Desisti de enganar ao acaso, e voltei a te procurar por horas e horas, dias e noites. Tanto nos dias tristes, chuvosos, quanto nos dias de raios de sol, por ti eu procurava. Procurei em todos os lugares novamente, pra ver se não tinha deixado nada passar. Nada. Comecei a procurar na fantasia: músicas, livros, obras.. alguns te descreviam, mas nunca me ensinavam como te achar. Essa era minha tristeza maior: saber que tu existias, em algum lugar, só não era ao meu lado. Mas sem hesitar, voltei a te procurar, desta vez nas pessoas mais próximas: nos abraços, sorrisos, olhares.. nenhum encantava tanto quanto tua descrição em livros, por isso não me deixava levar, continuava procurando. Ainda assim, não achava. Era como se estivesse em outro universo, totalmente desconectado do meu, pois nunca aparecia. Por todos os lugarem em que passeava o amor, eu já havia passado a te procurar. Desisti, que o amor me achasse, então.
Fiz planos, arrumei uma carreira, não encontrava mais sequer tempo pra pensar em ti. Fui contratada em um ótimo emprego, e parei completamente de me questionar sobre tua ausência. No dia seguinte, encontrei-te na fila em que pagava o cobrador dos ônibus. Tu usavas aquela roupa velha lá do fundo do armário, que guardava praqueles dias em que nada ia acontecer. Eu mal penteara o cabelo, pois estava atrasada para a minha agenda do dia. Entretanto, naquele instante sabíamos: havíamos achado o que sempre procurávamos.
Esse é o problema com contos de fadas. Eles fazem com que achemos que o amor é datado, e de tanto procurar, chegamos ao desapontamento. O que acontece, na verdade, é algumas pessoas acharem seus pares nos lugares mais não propícios, outras sequer acharem o par. Confesso, alguns conseguem seus contos de fada. Mas quer saber mesmo? O AMOR NÃO TEM HORA NEM LUGAR PRA ACONTECER.