sábado, 3 de novembro de 2012

Esperança


E mais uma entrava naquela lista. Passado, trancado em uma caixa, sem oxigênio para respirar. Estava morto mais um relacionamento. Após primaveras e outonos, suportou tanta coisa, quem poderia imaginar que aquela tempestade seria sua última? E agora – caos.

O coração vai entrando naquele estado de transe-proteção-total-contra-tudo-e-todos. Não quer mais se machucar. E alguém o culpa? As folhas caem e ninguém está lá para colocá-las de volta no lugar. Não é sequer possível, o que se esvai perde a vida tão rapidamente quanto um impulso mal dado ou uma palavra mal dita – maldita.

O tempo passa e a dor fica. Ele nem percebe, mas vai deixando passar um ou outro sorriso por entre as lágrimas. Ele nem vê que, de vez em quando, se encontra pensando em uma tal-qualquer-menina chamada Rosa. E, através de seus olhos cegos de Saramago, vê desabrochar no meio do asfalto um novo amor.

Quem diria que outra – perfeita – flor nasceria em meio a tão angustiante cenário?