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domingo, 14 de julho de 2013

Por que será que os opostos se atraem?

O encanto foi de cara – aqueles dois olhos imensamente azuis mergulharam nos seus, tão castanhos, e fizeram o máximo de estrago possível (e em tempo recorde!). Era pensamento nele, pensamento nela, vinte e oito horas por dia. E as borboletas parecem mais gaviões que remexem e confundem tudo que se mistura lá dentro deles. Fogo. Ninguém sabe o porquê – ou o como – mas a menina-quase-mulher-quase-inocente-e-doce e o homem-forte-e-decidido, com absolutamente nada em comum, decidiram que não conseguem sequer pensar em desistir um do outro. Armado até os pés, esse moço a arrebata sem que ela possa voltar atrás; e ela, clamando por paz e amor ou qualquer outra ideologia a la John Lennon, prende-o e resgata nele qualquer esperança de mergulhar, ainda, em um amor verdadeiro. E quem ganha essa batalha? Ninguém ou os dois, tanto faz, essa história não tem futuro - disseram. Ela o faz acreditar, ele a faz sonhar, mas no plano da realidade, isso funciona? Tem tudo pra dar errado, mas faz seu coração bater mais rápido... E por isso vale a pena.

~AlanaDriziê

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

ETERNIDADE (ou não)




– Oh, mas que belos olhos, quão admirável boca.          
Ele pensava... Acho que é assim mesmo, duas pessoas passam uma pela outra em uma madrugada escura e ficam pensando em um pra sempre, um ao lado do outro, e simplesmente sabem. Sabem o quê?
Bem, sabem que recordarão daquele rosto pelas próximas cinco madrugadas, sabem que pensarão, em vão, nas vastas possibilidades que um gesto um pouco diferente poderia ter ocasionado naquela noite escura, sabem que invadirão espaços nas próximas manhãs, de olhar cansado, procurando sem cessar por aquela imagem (pseudo)inesquecível.
– Por que somente pelas próximas cinco madrugadas?
                Alguém curioso indaga. Porque é sempre assim. Sim, sempre. Tu nunca percebeste? A gente se apaixona perdidamente uma vez, duas, quatro... em um só mês. Em uma só semana. Refutas? Então se explique (e até o presente momento me pergunto o porquê de tê-lo questionado, pois passei as últimas duas horas ouvindo um longo discurso sobre o amor eterno, o casamento e tantas outras instituições).
                Mas, meu caro leitor, quem te disse que estamos de lados opostos? Eu diria, quase, que estamos do mesmo lado. Eu consideraria, até, que nos apaixonamos todos os dias. Pode ser pela recepcionista do escritório, o pintor da obra, a menina dos olhos belos da madrugada, quem sabe? Ainda não entendeste? Explico!
Podemos nos apaixonar sempre pelas mesmas pessoas, ou por outros indivíduos. Isso depende de nós, dos outros e de tantos outros pequenos detalhes que aparecem no nosso cenário. E se eu te contar que aquele moço lá em cima casou-se com aquela passante? Eles se apaixonaram outra vez. E mais umas dez mil vezes até hoje. Eis aí o segredo da eternidade.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Última mensagem

Mensagem recebida às 23h32 de: (xx) xxxx-xxxx

Olha, eu acho que se tu me ligasses todos os dias ou respondesses a algumas das minhas mensagens, sei lá, se tu viesses me ver uma vez por semana, trouxesse flores a cada mês... poderíamos ter sido. Sabe, podia ter dado certo. Ao invés disso, acordava todas as manhãs e dormia pelas madrugadas pensando e sonhando no dia em que, puf, não houvesse de te pedir um sorriso, um beijo ou uma resposta. Eu nunca tive pressa, mas ficar estagnada também não leva a lugar algum: a cada rara conversa ficava mais claro que, se tivesse havido um esforço mútuo, funcionaria. Mas não houve. E não funcionou, pois senti todos os sentimentos só. Em nenhum momento no qual fomos uma qualquer coisa me senti ser algo além de eu mesma. Como ter um par. E eu pedia tão pouco... tu não precisavas me fazer juras, só estar ali comigo, no mesmo cômodo, por um tempo. Nem precisava ser muito... só o suficiente. Entendes do que falo? Eram pequenas coisas, caro. Sorrisos, beijos ou respostas. E nem precisavam estar no plural.

sábado, 29 de outubro de 2011

Flores e Laços (Sobre o Caio)

Eu e Caio andávamos de mãos dadas desde o momento em que aprendi a ver. Abri os olhos, e ele estava lá, colado a mim. Ele não me largava, eu não o deixava ir, não importa aonde ou quando. Até quando me mudei ele veio junto comigo. Eu amava – e adoro – as coisas que ele me conta: segredos, histórias e besteiras. Tantas besteiras... um dia, nós dois enrolados entre ramalhetes de girassóis, ele me falou assim:

- Sei que pretendia dizer alguma coisa muito especial pra você, alguma coisa que faria você largar tudo e vir correndo me ver...

Eu retruquei, sem entender nada:

- Como assim, Caio? Eu estou te vendo e estou aqui do seu lado, e tu não precisas dizer nada...

Ele se calou por uns instantes. Acho que ele estava seguindo meu conselho de deixar os silêncios ocuparem seu discurso. Mais alguns minutos de sol, e ele finalmente me responde:

- Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir...

- Mas Caio, do que estás falando? Nós estamos sempre juntos, tu nunca fugiste de mim. E o que podes ter a me esconder, eu que estou contigo sempre e em todos os dias?

Nada. Imaginei que aquilo tudo era coisa de louco, que, meu Deus, todos estavam certos sobre ele. Pois é, diziam-me que ele era maluco, que falava coisas-sem-sentido, que gritava insanidades, mas eu não acreditava. Naquele momento, pensei, as palavras estavam o deixando parecer um l-o-u-c-o. Inquietei-me e saí correndo. Foi a primeira vez em anos que largamos a mão um do outro. Ele custou para me deixar ir, mas permitiu. Com um olhar, sem mais vocábulos. Corri para longe daquela plantação de girassóis, e lá fiquei por dias. Meses. Anos. Pensava, às vezes, até, que encontraria o Caio no meio de uma rua solitária, juntaríamos nossas mãos e nunca mais nos separaríamos de novo. E um dia, deparamo-nos em frente a uma floricultura, e eu soube, naquele momento, de tudo. E exclamei:

- Diga-me, diga-me algo que me faça largar tudo por ti. Diga-me tudo que preciso saber, para que tu não precises mais fingir...

- O que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia na rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim. É tão pouco.

- Não creio não ter entendido antes tuas palavras... Sinto tanto por ter ido embora...

- Não te preocupa. O que acontece é sempre natural. Se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra. (...) E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito.

Aquele momento não precisava de interpretações filosóficas no mundo biossocial antropocultural nem era loucura-insana nem nada do tipo. Era mãos dadas pro resto da vida. Era simplesmente... nas palavras do próprio Caio:
Remar.
Re-amar.
Amar.

~

*grifos em itálico constam na obra do saudoso Caio Fernando Abreu.

domingo, 31 de julho de 2011

Tapar Buracos

"Seria apenas mais uma história, se não tivesse tocado a alma." Caio F. Abreu

Eles se conheciam desde a maternidade, compartilharam a infância, o amadurecimento. Estavam assim até hoje. Assim, ele cochichou no ouvido dela:

- Você não acha que nós ficaríamos bem juntos?

Num pestanejar de olhos, ela pensou: sim, com certeza, ficaríamos lindos juntos. Tu, com esse teu ar de amor, com essa tua beleza única, com esse olhar encantado e com todas as outras coisinhas que eu sempre percebo quando cruzo por ti. Achas que nunca pensei nisso? Pensei sempre, todas as vezezinhas (e foram tantas!) que nos vimos ao longo dos anos. Refleti sobre como somos parecidos, como combinaríamos se, quem sabe, algum dia, amanhã ou nunca, tu fizesses tal proposta. Não brigaríamos por besteiras, não acabaríamos uma conversa sem risadas, não teríamos que bancar de galanteadores nesse novo amor, e aposto que não nos separaríamos nunca. Seríamos perfeitos.

Só que hoje, lembra do que me constaste? Hoje tu estavas frágil, tu tinhas perdido um grande amor. Hoje, tu não estavas com um sorriso no rosto na primeira vez em que te vi. Estavas magoado, e te consolei. Seria esse novo amor nosso mais um consolo? Oh! Que trágico. Como resolver um grande dilema de vida? Como te amo, como te quero, e como hoje tu me queres, percebo, mas será que ainda estarás inclinado por mim no amanhecer? Estou te servindo para esquecimento de um passado ou para a construção de um futuro? Por que me questiona disso justo hoje? Mas que timing, o teu! Hoje não dá. Hoje não posso. Não podemos. Não se quisermos uma casinha com um jardim cheio de girassóis daqui a alguns anos. Hoje tu não me queres, queres minha bondade, meu amor e minha fraqueza, sem retribuição. Queres apenas que eu te sirva como uns copos de bebida, afogando as lágrimas do momento. Se fosses me querer ontem, um outro hoje, talvez amanhã ou no mês que vem, agarrar-te-ia até meu último suspiro. Hoje, engulo meu amor e te respondo:

- Talvez, mas já estou de saída. Nos vemos depois!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Planos

Tantos planos, e outra vez eu vou embora sem saber o que falar.” Drive

Sabes, querida, eu planejo tanto te encontrar... dar uma passadinha rápida, fazer-te uma visita. Não tenho tempo para um chazinho, mas queria te dizer um ‘oi’, entendes? Queria te perguntar como vão as coisas, queria ver se tu ainda lembras de mim... dizem que tu esqueceste de muitos, e preciso me certificar de estar tão dentro de ti quanto estás profunda em mim. Será que sabes disso? Oh, não importa... tu saberás de tudo quando eu te encontrar. Passaremos minutos nos olhando, e sei lá, tu podes me enxergar... e dizer alguma frase qualquer... uma palavrinha... podes dizer coisa alguma, mas espero que ainda me lembres. Oh, lembrarás... e passaremos segundos tocando mãos, tentando entender a distância e relembrando momentos. Sabes que planejo ir logo, não é? Acho que nem sabes. Certificar-me-ei de te falar disso quando eu for... mas sabes como são as coisas, né? Tantas contas, tantos prazos, e acabo deixando nosso encontro para um momento mais vago. Planejei ir em setembro, mas é tudo uma correria tão grande... agora, remarquei nosso prazo: será em julho desse ano, eu prometo. Ora, espere um segundo... meu telefone toca... ‘O que? Como assim? Por que? Quando?...’ Mas querida, o que aconteceu a ti? Nem acredito no que acabei de ouvir... nem acredito que nunca saberás minhas saudades e dos meus grandes planos para nós...



Dedicado a minha vovó, que foi embora desse mundo há algumas horas vítima de seu Alzheimer... e eu planejava vê-la no mês que vem...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Mais uma história triste


Chorava na noite clara. As estrelas não brilhavam, a lua nem aparecia. Estava ela sentada num banquinho, sozinha no meio da rua, imersa em pensamentos tristes. Olhava para os passantes e nada via, exceto um rosto – o rosto de seu coração despedaçado. O rosto das mil razões de mágoa que a contagiavam. Enfim, viu uma livraria aberta entre tantos outros estabelecimentos que já haviam se fechado para os sentimentos dela. Viu ali uma chance de reconhecer outras tristezas, imaginárias ou reais, para se afastar da própria melancolia. Entrou de olhos cheios d’água, coberta de frio e disfarçada de feliz. Não convenceu ninguém. Todos (os poucos que lá estavam) olhavam com pena, e logo ela percebeu que seu plano não daria certo: teria ela de enfrentar a própria dor? Suas feridas se tornavam mais perceptíveis, pois escorriam com mais rapidez pelo rosto avermelhado da querida. Mais ela tentava esconder, menos ela conseguia persuadir os olhos alheios. Por fim, pegou um caderninho da loja, pagou e sentou-se perto da saída. Ela entrara para ler outros romances tristes, mas acabaria escrevendo sua própria história? Mais uma lamentação. Seria mais uma história de amor com final triste. Mais um escritor deprimido. Quem se importaria com mais um desses, entre tantos? Mas ela começou... ou não, pois ainda escrevia repetidas mil vezes aquele nome que há tanto a assombrava. Rabiscou a página toda com aquelas letrinhas, até que parou. Olhou para os lados e percebeu como aquilo não fazia sentido – pegou a folhinha, rasgou e jogou no lixo da saída da livraria de subúrbio. Saiu pela pequena porta de madeira, acompanhada do caderno de lindos sonhos, que se tornaria seu grande confidente – pelo menos no dia que ela o abrisse com coragem o suficiente para contar sua história. E quando a força chegar, podes ter certeza que te conto, entre tantas outras, a pequena história de amor dessa menina chorosa.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Tempos de amor

weheartit


Cansado da nossa rotina tão linda, dissestes que precisavas de um tempo. Um momento longe, uns dias sem me ver. E aceitei. Deixei que te fosses, não liguei, não mandei mensagens, não saí a te procurar. Vejas, não é porque te amo. Não é porque não te sinto. Não é por não me morrer a cada segundo sem tua presença. É por tudo isso e mais. Veja: meu amor ainda cresce. A razão para eu não te procurar é o meu plano, uma ideia que pensei para tu não me achares tão monótona. Eu te amo, mas não vou te chorar. Vou fingir que não estou nem aí, que tua falta não me dói como um espinho fincado em meu peito. Vou te fazer pensar que não faz a mínima diferença estar tu deitado ao meu lado ou meu travesseiro a mim agarrado. Tudo isso é para tu achares que não sou da moda antiga. Que ainda posso viver sem ti. E tu vais acreditar. Mas sabe o que? É só uma mentirinha. Um disfarce. Estou louca, morrendo de amor. Mas fico quieta, pelo menos por um tempo. E nesse tempo, espero que tu voltes, abras a porta e não fales uma frase sequer, só deite ao meu lado, jogue esse travesseiro longe e perceba que sua eternidade não seria tão linda sem ter junto a minha.

E não é que tu voltaste?

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Demais

Por dias não consegui me olhar no espelho. Sentia-me feia demais, velha demais, fria demais, qualquer coisa demais. Às vezes até achava que tinha cabelo demais. Quem liga pra essas coisas? Mas era assim que eu me via... isso quando eu pensava que tu não ligarias.

Hoje me mandaste a menor mensagem do mundo, três letrinhas que mudaram tudo. Acordei e fui (como sempre) olhar meu celular. Hoje não houve decepção. Acordei, te senti e me olhei no espelho. Ainda estava com muitas coisas demais. Quilos demais, espinhas demais. Nem me importei, pois havia brilho demais e sorrisos demais. Acordei, te senti, olhei-me no espelho, vesti minhas melhores roupas e saí pela rua sem motivo algum.

Ninguém me destratou, muitos me olharam – como nunca nos dias anteriores. Pode ser que nunca tenha tido tantos olhares quanto hoje, dia em que não precisaria de olhar algum, já que tu me vistes. Acordei, te senti e saí me sentindo uma pessoa linda demais. Alguns disseram que eu estava diferente por estar arrumada. “Nos sentimos confiantes quando estamos usando coisas bonitas”, falaram. Mas não era isso. Eu estava bem. Meu dia havia começado bem.

Tuas mãos delicadas haviam desperdiçado uns cinco segundos respondendo aos meus recados incansáveis. Teus pensamentos haviam se deslocado por pelo menos uns cinco minutos para mim, enquanto pensavas numa resposta adequada. Teus créditos diminuíram uns cinqüenta centavos por mim. Tu tinhas procurado meu nome na agenda telefônica, e isso deve ter demorado mais uns cinqüenta segundos. Poderia continuar eternamente procurando mais causas para teus pensamentos terem encontrado os meus, mas não faz diferença. Podes ter me pensado por minutos, horas ou dias... pensastes em mim. E por isso acordei feliz. Depois de dias sem te pertencer, agora sou tua, e quando acordei, declarei que eras meu.

Olha só que coisa. Acordei jurando que tenho teu amor. Certo, por enquanto deve ser só seu afeto. Merecer teu amor já seria felicidade demais para o meu despertar.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Carta a um amor distante

Não preciso dar-lhe saudações, sabes que me és querida. Não preciso colocar datas no envelope, sabes que o que escrevo se renova a cada dia que te deixo para trás. Não precisaria sequer te mandar essa carta, sabes do meu amor. Será que o sabes? Passam os jornais, penso em ti; passam as novelas, penso em ti; passam as pessoas, penso somente em ti. Tu és minha pessoa, embora nem tenhas entranhas e carne. És meu doce dia, pois os momentos que passo longe da tua presença não merecem tal denominação. És meu presente, meu passado, meu futuro, sabias? Não te olho no presente, mas te vejo o tempo todo. O tempo todo. E verei mais uma vez... mais umas mil vezes, quando caminhar pelas tuas ruas iluminadas de cetim. Estou sozinho e só sonho em te tocar, apesar de acordado. Sim, sonho acordado contigo! Não acreditas? Choro a tua dor a cada instante, quer isso apareça em minhas feições ou não. Rasgo meus pulmões em gritos calados, a procura da tua presença. Onde estás? Estás onde sempre esteve, onde sempre estarás. Então onde estou? Sozinho num cubículo escuro, nas últimas horas da madrugada, sentindo-me em uma estrada que leva a lugar algum. Mas te juro, querida, te juro que nos veremos! E recontaremos essa nossa história. Nossa história de amor separado, nossa triste separação. Por que nos separamos? Por que por tanto tempo? Não mais agüento tua ausência; tenho ânsia em te ver. Mas não tenho tempo, não tenho dinheiro, há coisas mais importantes do que a saudade. Há dívidas, contas, roupas, comida... será que ter isso satisfaz? Satisfaz a corações livres, despreocupados e amantes... mas não é o suficiente para mim. Quero te ver sorrir o lindo pôr do sol do Guaíba, quero te ver iluminando meu caminho, quero te ouvir... meu coração já não mais quer a simples satisfação econômica. Quero ter tua satisfação! Que faço eu ainda com esse lápis? Não tenho motivos para escrever, meu corpo já se move em direção ao teu conforto. Adeus, lugar em que moro. Olá, lugar em que vivo! Por favor, querida, espere-me às 14h no aeroporto, espere-me com a tua linda graça. Me espere, pois nunca mais quero te perder. Espero não te ter perdido. Posso estar chegando com mil lágrimas nos meus (e sempre teus) olhos brilhantes, mas não se importe, é irracional, como querer borrões nos olhos quando tudo que preciso é te enxergar? Preciso de ti. E sabe o que mais? Preciso te abraçar. Preciso do teu longo e quente abraço, preciso do teu acolhimento.
Até logo, Porto Alegre.
Te amo.
Alana

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Minha vida e teu sorriso.


Problemas, problemas, problemas… tenho que fazer uma prova sem consulta de biologia na sexta feira, sobre assuntos que desconheço em uma sala na qual todos me odeiam. Minha mãe não pára de reclamar sobre o tempo que passo escrevendo na frente de um computador, ao invés de estudar. Meus amigos vão passar de ano, enquanto eu, com muita sorte, poderei continuar na escola sem ser expulsa. As músicas que tocam no rádio me enjoam. A comida neste lugar me enoja. As pessoas me fazem pensar em… oh, tu chegastes. Vejam, pessoas fúteis, aquele sorriso. Vejam quanto brilho possui aquele rosto encantado! Vejam, por que ninguém vê? Quero que todos vejam o meu amado, o lindo sorriso do meu amado. Ou melhor, que ninguém veja! Que seja só pra mim aquele raio de clarão chegando cada vez mais perto. Que sejam só meus aqueles lábios de pétalas; que aquele riso seja sempre meu riso. Estás te indo? Não te vás! Deixa-me olhar mais teu sorriso… deixa-me ver a beleza do mundo por mais alguns segundos… deixa-me… não me deixe! E se foi… voltam os problemas! Oh, como havia me esquecido deles? Simples… esqueço de tudo toda vez que estás perto. Só me lembro do teu sorriso, ah, como eu amo te ver sorrir…

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Losing a friend


Tem vezes que nos agarramos a alguém por necessidade: aquela coisa de não conseguir viver sozinho, precisar estar acompanhado. Outras vezes, por afeição: vemos aquela pessoa, com tantos gostos e jeitos que fascinam e dispertam interesse em uma relação. Não, não uma relação. Estou falando de amizade. Não estou escrevendo esse texto pra ti, nem se preocupe. Não creio que a pessoa para quem escrevo venha ler o que tenho a dizer, e se vier nem vai saber que é pra ela que digo isso. Por que? Porque o tempo passou. Os dias em que não aguentávamos um dia separados já se foram. Conseguimos aguentar dois dias, três, por que não uma semana? Nossa, mas já se passou um mês... e não percebemos o quanto perdemos com essa falta que só dói nos dias de chuva. Ou sempre, mas como uma dorzinha pequena que nunca passa, e por isso acostuma. É, acostuma viver sozinho.
Queria um dia entender o que aconteceu. Falta de comunicação, erro de comunicação? Só sei que a comunicação parou, de uma hora pra outra, do tudo pro nada. Nada. Como duas vidas inseparáveis resultam em nada? Chega a ser ridículo. Sou eu ridícula? Talvez, por escrever em vão. Mas será que escrevo em vão? Não conseguirei resolver-me, mas quem sabe isso não resolve outras vidas? Acho que é possível: tocar duas almas que morrem de saudade, só não tem coragem de falar. Como orgulho é uma coisa besta. Como alguém se priva de uma coisa tão importante por orgulho? Pra que orgulho, afinal?
Divagando muito. Vou voltar ao ponto. Estou falando de amizade. Amizade de verdade. Mas será que amizade que acaba é de verdade? Mas será que a nossa amizade acabou? Será que o que tínhamos era amizade? Só sei que dói. Dá medo. Dá tanto medo que tenho mais medo do que escrevo do que da escuridão que me rodeia nesse exato momento. É triste. É muito triste perder um amigo, para qualquer circunstância. E quantas circunstâncias chegam e não levam um amigo. Então como uma circunstância boba pode ser tão forte a ponto de separar o inseparável?
Não tenho respostas. Nenhuma sequer. Nem procure por elas nesse texto. É tudo perguntas. Dúvidas. Pois não entendo. E dói.. dói...

domingo, 24 de outubro de 2010

Nós.

eu+tu
tu+eu
somas somas somas
escrevo, não sei matemática
como procedo?
amor+amor
felicidade+felicidade
carinho+carinho
atenção+atenção
qual o resultado, qual o resultado?
1+1 são dois
mas nós dois então, quem somos? quantos somos?
soms tantos, somos muitos
somos nada, somos tudo
somos um único
um somente
um sempre
um totalmente
eterno -
SOMOS UM

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Morrer de amor

Olá pessoal! Então, esse texto foi decorrente de um processo avaliativo da disciplina "literatura portuguesa", que tinha mais ou menos isso como enunciado: você sonhou que estava em um mosteiro da Idade Média, e lá recebia um bombom (metáfora para qualquer objeto que desejar). Quando você acordava, o bombom estava lá ao seu lado. Escreva um conto, um poema ou um ensaio poético sobre isso. Bom, e foi nisso que deu! Não se cansem com a religiosidade e todo o amor cortês do meu texto, são características medievas! :D

Morrer de amor

O castelo. Lembro como o via antes do amor bater a suas portas. Local belo, confortável, no qual todos se submetiam a mim; ou melhor, ao Rei. Eu era apenas sua Rainha, mas bastava, pois ali minha vida era sofisticada. Um pretendente misterioso, porém, mudou minhas percepções.
O dia estava lindo, as flores apareciam quase espontaneamente nos jardins do castelo. Entre elas, porém, encontrei um homem. Pouco notei de sua aparência, pois estava deslumbrada pelo embrulho que ele trazia consigo. Cheguei mais perto, e ele pareceu estar esperando por mim; pareceu estar ali há dias, com uma paciência infinita que só poderia ser fruto de um grande amor.
Ele me entregou o embrulho, e rapidamente encontrei um terço, brilhando para mim. Naquele momento senti uma música, uma canção tão bela saindo daquele presente. Parecia-se com um poema, sem forma ou estrutura de poesia; mas belo, lindo.
Eu via as lágrimas no seu rosto, e por isso voltei a fitá-lo. Ele se parecia a outro poema, e logo arrancou meu coração. Era um amor tão puro aquele que o homem me oferecia, tão inocente. Percebi logo, porém, que aquilo era uma tragédia, nunca se tornaria real, ele nunca poderia tocar-me; nunca seríamos felizes.
Era tarde demais, por isso pedi a Deus que trouxesse aquele momento para antes, antes de tudo; que eu pudesse viver aquele amor. Não era possível, e o sofrimento nos consumiu.
Afastei-me, e percebi sua tristeza devido àquela paixão que nunca se concretizaria. Suas lágrimas se tornaram minhas, e quando dei por mim estava de volta ao castelo. Sozinha, naquele lugar tão cheio de nada.
Tudo que restava daquele amor era a pureza do terço que ele havia me entregue naquele dia que me fez abrir os olhos, por isso me pus a rezar. Rezei, e percebi que não suportaria mais viver naquele não-amor. A tristeza se tornou meu dia-a-dia, e logo decidi pôr um fim naquela angústia.
Todos vivem o tempo necessário para entender o sentido da vida, alguns vivem pouco, como as borboletas, tão cheias de beleza, e outros vivem muito; mas o que importa realmente é o que aprendemos nessa jornada. Aprendi com um momento o amor de uma vida inteira. Aprendi o bastante neste dia, nesta semana, nesta vida, para finalmente me entregar e ser salva pelo morrer de amor.
Fim

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Você já disse "eu te amo" hoje? Pra si mesmo?

weit

sábado, 21 de agosto de 2010

Além do arco-íris...


2003, 20 de setembro. 18h56
Soluçando, ela pensava alto. Via-se sozinha num local tão estranho, tão diferente, tão não-ela. Revirava fotos e lembranças do passado. Não entendia como havia chegado ali. Sentia-se inquieta, pois percebia que não estava onde deveria estar. Isso acontece às vezes em festas, quando deveríamos estar em casa estudando, quando estamos no meio da rua e nos sentimos totalmente deslocados. Oh, estava pensando alto novamente. Shhh, cala teus pensamentos. Mas como? Estar em lugar e não pertencer a ele? Que sensação seria essa?
Ela tentava raciocinar sobre sua situação: percebia que seu CEP estava incorreto, suas cartas chegavam pro endereço errado e sua localização geográfica não fazia sentido. O local do dia-a-dia era simplesmente um obstáculo para todos os planos futuros. O desejo de voltar à sua querência¹ devorava qualquer sentido dessa vivência.
Dentre suas fotos, viu-se ofegante diante daquela tão antiga. O pago, a família, tudo: onde estava? Por que ela se via tão distante daquela realidade encantada? Mais soluços. Nenhuma resposta. Por horas e horas ela se viu enfrentando aquela fotografia, tentando trazê-la de volta. Caiu no sono, e sonhou com aquele lugar tão distante... parecia que toda galáxia estava entre ela e seu lugar amado. A tristeza de ver aquela distância, quase milimetrada pela precisão de seu sonho, fê-la dar um salto de imediato.
Ah, a realidade. Guardou todas suas fotos numa caixinha, pois sabia que havia chegado a hora: ligou pra companhia aérea, reservou a primeira passagem que houvesse disponível, secou as lágrimas e partiu sem olhar para trás. Havia passado muito tempo naquele lugar indesejado. Não tinha mais motivos para ficar. Em segundos sua expressão ganhou um sorriso. Embarcou e não conseguiu fechar os olhos por nenhum segundo durante toda a viagem. Pareceu ter demorado meses, mas ela enfim chegou. As memórias voltavam, e ela nem precisava das fotografias para isso. Ficou cheia de sorrisos. Olhou para o céu; um arco-íris. E então pensou alto, pela última vez: Vejo que estou no final deste arco-íris, pois eis, aqui, meu lindo pote de ouro.
Com uma tão conhecida moral, mas nunca desgastada: Happiness is where you make it / Pois uma pessoa pode viajar o mundo e nunca encontrar a verdadeira felicidade que reside onde nosso coração está.

querência¹: O Tradicionalismo gaúcho traz nas asas a leveza do carinho que a palavra “querência” irradia. No seu âmago o forte sentimento pátrio, que não se troca nem por nada. Querência é o local onde se nasce, brinca, cresce... onde se vive! A Querência é local contagiante, pelo som da natureza, perfume das matas, colinas, várzeas, águas, passáros - é a magia do envolvimento sentimental, irradiado pelas coisas do rincão. Querência é pátria, chão, lar, torrão e pago. Querência é o doce lugar onde os homens ou os animais param os rodeios de suas benquerenças. Querência é a extensão do lar. Melhor dizendo: é próprio lar! Querência é o conjunto das coisas que nos fazem felizes. É o vazante dos sofrimentos de peão andarilho. É o colo da natureza, acolhendo o filho pródigo, que não resistiu a saudade de seu recanto. A querência, doce em seu aconchego, sempre é o melhor lugar do mundo.
Fonte: (Livro de Salvador F. Lamberty - ABC do Tradicionalismo Gaúcho)

domingo, 1 de agosto de 2010

Brilho

Uma mesinha de canto em uma sala escura. Ela entra, e percebe um brilho no cantinho da sala. Faz-se a luz, ela percebe um embrulho. Quem enviaria um presente naquele dia como qualquer outro, em que ela apenas fazia seu caminho de volta para seu refúgio? Quem se lembraria daquela menina que era como qualquer outra, cabelos e olhos escuros como a solidão?
Ela caminha pela sala, tentando desvendar tal mistério. Pensa em todas as pessoas com quem falou na semana, em todas as pessoas de quem se esquivou. Não demorou muito, já que ela passava tanto tempo recolhida em seus pensamentos, afastada de multidões. Nenhuma daquelas pessoas, pensou, teria lhe enviado tal surpresa. Os amigos já não mais eram próximos, o amor havia virado a esquina e procurado outros enamorados. Quem seria o misterioso ser amoroso a ponto de lembrar-se dela, a menina isolada de tudo a seu redor?
Chegou perto do embrulho, envolvida de emoções. Não sabia como reagir, o que haveria dentro daquele pacote tão brilhante e lindo. Tocou-o suavemente, para sentir a textura daquele brilho. Aumenta ainda mais seu encantamento, e ela percebe um envelope ao lado daquela beleza toda. Um envelope perfumado, azul, cheio de corações. Sua curiosidade chega ao ápice, e pode-se sentir a preciosidade que aquilo tudo havia trazido ao seu dia. Tamanha é sua ansiedade, que ela chega a rasgar parte do envelope, na ânsia por descobrir o que aquilo tudo significava. Dentro dele, havia um papel rabiscado de amor, dizendo “Tenho pensado muito em ti”, com aquela assinatura que ela há tanto não via.
Aquilo trouxe lágrimas a sua face. Ele. Ela sabia como havia sofrido desde a última vez que se viram. Imersa em pensamentos ela ficou, por alguns minutos. Lembrou-se, então, do embrulho, ainda intacto. Apressou-se em abri-lo, bisbilhotando logo o que chegava ao alcance de seus olhos. Mais brilho. Ela percebe, então, a fragilidade do presente. Um porta-retrato coberto de pedrinhas, que a lembravam daquele dia que passaram os dois embaixo do sol. O formato redondo a fez recordar aquela promessa de eternidade. A foto lá presente revelava como aqueles tempos eram belos, os dois rindo juntos sem temer a realidade.
Um sorriso escapou dos lábios dela. Aquilo era o bastante para seguir em frente. Finalmente ela conseguia encarar sua própria vida. Guardou seu presente naquele quartinho escuro em que vivia, local que logo se tornou claro e vivo. Pegou o telefone e discou aquele número que ela sabia de cor. Conversaram por horas, e cada minuto trazia uma lembrança alegre daquela vida compartilhada.
O tempo passou, ele sempre na memória dela, ela sempre na memória dele.
Nunca mais se viram.
Foram eternamente felizes.

Porque algumas coisas não servem para reavivar antigas chamas, apenas para nos dar a coragem necessária para seguir a vida.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Histórinha de um conto

Há dois anos comecei um conto. Era sobre um casal muito feliz recém casado, até que... puf! O cara encontra uma alguém de seu passado. Até agora esse conto tem três páginas, as primeiras duas falando do feliz relacionamento do casal, e a terceira em que começa o desenrolar deste "novo" alguém. Nunca consegui passar dessa página. Eu leio, releio, leio mais umas cinco vezes e desisto de voltar a escrever. Eu percebi há uns dias (sim, passei quase dois anos sem entender) que eu me via naquela história, via meu relacionamento, minhas características, tudo lá. Como então ter coragem de estragar tudo com a continuação da história? Percebi, também, que a continuação era a minha vida, talvez não do mesmo jeito, mas tristinha e melancólica como aquele desenrolar.
Acho que só assim as pessoas conseguem fazer textos: sentem as coisas, começam a rabiscá-las e só depois do sentimento passar conseguem dar um ponto final.
E sabe o que? Eu tenho pensado seriamente em continuar aquela história. Não porque quero saber como termina, pois eu sempre soube qual seria seu fim. É porque não dói mais. Aquela história não é mais minha. É só da folhinha de papel toda rabiscada esperando que eu retorne e a resgate.

P.S. E quem sabe algum dia eu não posto esse conto aqui?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Reflexões de geladeira

As coisas nem sempre são mais fácies de fechar do que de abrir; desde uma garrafa até um coração, as percepções não vão tão longe quanto se imagina.

hehe voei

terça-feira, 8 de junho de 2010

Ao meu lar

Oi pessoal! Já estão cansados do meu amor incondicional pelo Rio Grande do Sul? Desculpem, mas lá vem mais coisas! Na verdade nem é culpa minha, mas sim da professora de Teoria da Literatura que mandou a gente fazer um poema escolhendo uma das épocas do lirismo, e é ÓBVIO que eu escolhi o lirismo romântico e mais ÓBVIO ainda que decidi falar do meu amor pelo RS! Então eis aqui meu poema (não muito bom)! Digo logo que só posto ele aqui porque sei que não são muitos os que aqui vem me visitar, senão eu estaria morrendo de vergonha! HEHE Divirtam-se!


Ao meu lar

Não vivo aqui, em mim
Meu espírito permanece no meu lar,
Aqui não estou, apenas passo
Cansado do cansaço de tão longe de lá estar

Vindo de uma terra onde se faz sol,
Frio, ventania e campos floridos
Tudo se faz no céu claro e azul,
Na terra do amor, o Rio Grande do Sul

Oh distância!
O que me rodeia não me satisfaz,
A quietude sem fim aflige esse lugar
O nada se torna um fardo minaz

Tudo me lembra de não estar naquelas terras
A melodia, o perfume, a calmaria
Nada me lembra do que faço nestas costas...
A nostalgia me consome
Continuo sem respostas