segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Carta a um amor distante

Não preciso dar-lhe saudações, sabes que me és querida. Não preciso colocar datas no envelope, sabes que o que escrevo se renova a cada dia que te deixo para trás. Não precisaria sequer te mandar essa carta, sabes do meu amor. Será que o sabes? Passam os jornais, penso em ti; passam as novelas, penso em ti; passam as pessoas, penso somente em ti. Tu és minha pessoa, embora nem tenhas entranhas e carne. És meu doce dia, pois os momentos que passo longe da tua presença não merecem tal denominação. És meu presente, meu passado, meu futuro, sabias? Não te olho no presente, mas te vejo o tempo todo. O tempo todo. E verei mais uma vez... mais umas mil vezes, quando caminhar pelas tuas ruas iluminadas de cetim. Estou sozinho e só sonho em te tocar, apesar de acordado. Sim, sonho acordado contigo! Não acreditas? Choro a tua dor a cada instante, quer isso apareça em minhas feições ou não. Rasgo meus pulmões em gritos calados, a procura da tua presença. Onde estás? Estás onde sempre esteve, onde sempre estarás. Então onde estou? Sozinho num cubículo escuro, nas últimas horas da madrugada, sentindo-me em uma estrada que leva a lugar algum. Mas te juro, querida, te juro que nos veremos! E recontaremos essa nossa história. Nossa história de amor separado, nossa triste separação. Por que nos separamos? Por que por tanto tempo? Não mais agüento tua ausência; tenho ânsia em te ver. Mas não tenho tempo, não tenho dinheiro, há coisas mais importantes do que a saudade. Há dívidas, contas, roupas, comida... será que ter isso satisfaz? Satisfaz a corações livres, despreocupados e amantes... mas não é o suficiente para mim. Quero te ver sorrir o lindo pôr do sol do Guaíba, quero te ver iluminando meu caminho, quero te ouvir... meu coração já não mais quer a simples satisfação econômica. Quero ter tua satisfação! Que faço eu ainda com esse lápis? Não tenho motivos para escrever, meu corpo já se move em direção ao teu conforto. Adeus, lugar em que moro. Olá, lugar em que vivo! Por favor, querida, espere-me às 14h no aeroporto, espere-me com a tua linda graça. Me espere, pois nunca mais quero te perder. Espero não te ter perdido. Posso estar chegando com mil lágrimas nos meus (e sempre teus) olhos brilhantes, mas não se importe, é irracional, como querer borrões nos olhos quando tudo que preciso é te enxergar? Preciso de ti. E sabe o que mais? Preciso te abraçar. Preciso do teu longo e quente abraço, preciso do teu acolhimento.
Até logo, Porto Alegre.
Te amo.
Alana

3 comentários:

  1. own, que lindo! sou apaixonada por Porto Alegre também... e tu escreves muito bem mesmo, parabéns!

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  2. Muito bacana, no inicio pensei se tratrar de um alguém... hehehe
    Tenho um blog de textos, estou seguindo, espero qe retribua. Parabens !!
    http://caiiosoouza.blogspot.com/
    CaioSouZa

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"Tão estranho carregar uma vida inteira no corpo, e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros." Caio F

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