Não, na verdade não é. Imagina
como seria bobo e precipitado escrever pra você agora, rapaz. Então se vierem
me perguntar, estou escrevendo prum moço qualquer, não pra você. Tá? Porque eu
sei que você não demonstra todos os seus sentimentos e que às vezes deixa de
ligar pra eu não achar que você está totalmente na minha. Porque às vezes você
me nega um sorriso e briga comigo e logo desiste porque é orgulhoso, mas não
tanto quanto eu. Porque eu sei que você me ama mas não diz e você sabe que eu
te amo e eu não te digo. E enquanto estamos nessa ciranda, imagina que
esquisito seria dedicar uns versinhos-não-rimados-em-prosa pra ti. E como eu
tendo a exagerar em tudo que sai em papel, você ia me achar uma louca e fugir. E
eu nunca teria a chance de dizer que você é tão lindo e meu que dói. Dói porque
dá um medo enorme ter um sentimento desses por alguém. Dói porque a gente tem
que jogar o joguinho da conquista e fingir que tá tudo bem. Dói porque eu quero
estampar o nosso retrato com você sorrindo ao meu lado cidade afora. Dói porque
não dá pra gritar pro mundo. O mundo não tá nem aí e amanhã eu tenho que
acordar cedo - e você também. Então deixa pra lá. Dessa vez, não deu praquele
moço qualquer. Terminei de escrever e meus (não-)versos são só seus...